sexta-feira, 17 de dezembro de 2010


Breve vida, como só ela sabe ser


Teu coração jorra poeira;
(sarcasticamente, parecem chorar por você.)
Tens na boca sabor de solidão.

Tal qual um filme antigo
vives em pequenos espaços
de cenas mudas, quadros silenciosos
de uma vida que não escolheras

Nada mais te espantas que o ranger de relógios
que trabalham contra todas as tuas vontades
as engrenagens esmagam teus sonhos
espalham poeira, a tua poeira, no chão.

E tua vida passa, porque assim o é.
Liberto das crendices de outrora,
sabes que o divino encanto é irreal.
Aceita a morte como única condição da consciência
E dormes deixando saudades em quem te ama.

(Texto de Guilherme Maffa Feitoza extraído da Revista Cult/nº148 - Julho de 2010 - Ano 13 - Oficina Literária voltada para a publicação de inéditos/página 66)

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