segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

AMOR IRRESTRITO DE DEUS


A IDÉIA CRISTÃ DA GRAÇA

A idéia mais radical de são Paulo contribuiu para que o cristianismo se revelasse inspirador e problemático. São Paulo foi tanto louvado quanto execrado por criar ou corromper o cristianismo. Não há dúvida de que ele ampliou os ensinamentos de Cristo talvez de uma forma não prevista por Jesus. Uma das melhores idéias de são Paulo é a idéia da graça.
A graça significa que Deus concede favores a pessoas – recompensas neste mundo e a salvação no outro – independentemente do merecimento de quem os recebe. “pela graça foste salvos”, escreveu são Paulo aos efésios e não por mérito próprio, asseverava ele constantemente.
Realmente, na forma mais extremada da doutrina,, que Paulo parece ter preconizado ocasionalmente e que a Igreja sempre sustentou, os receptores não tem mérito algum: são filhos do pecado original e qualquer bem que possam praticar é efeito da graça divina. “Não há nenhuma diferença, escreveu Paulo aos romanos. “todos são pecadores e carentes da glória de Deus e todos são remidos pelo irrestrito dom de sua graça”
Essa é evidentemente uma idéia libertadora e atraente. Ninguém pode danar a si mesmo pelo pecado. Ninguém é irredimível, se Deus assim quiser. O valor da maneira como se vive não e medido segundo a conformidade exterior com as regras e os ritos, mas sim pela profundidade da reação individual à graça. No entanto, essa idéia pode ser levada longe demais. São Paulo insistia em afirmar que Deus escolheu quem receberia a graça “antes que o mundo existisse”- uma escolha prematura da parte de Deus, que torna o mundo aparentemente sem sentido. Alguns heréticos tomaram essa idéia como uma licença para fazer aquilo de que gostavam: em estado de graça, seus crimes não eram pecado, mas sim atos “sagrados e inocentes”. Alguns colegas de apostolado de Paulo desaprovaram sua doutrina, que parece eximir os cristão de praticar o bem. Tiago veiculou o que os modernos exegetas acabariam chamando de “esclarecimentos”, insistindo que “amar o próximo como a sim mesmo era uma regra iniludível e que a” fé sem as obras é vã”. Começou então uma longa controvérsia entre os que consideravam a graça uma ventura colaborativa, em eu o indivíduo desempenha um papel ativo, e aqueles que acham que reconhecer qualquer iniciativa da parte do pecador menospreza a onipotência e o amor de Deus. Durante a reforma, o segundo grupo formou uma dissidência da igreja católica, citando são Paulo em apoio a sua visão das coisas, e fundou o protestantismo.

“O livre-arbítrio do homem serve apenas para levá-lo ao pecado, se o caminho da verdade lhe for oculto.” Santo Agostinho, Confissões (c.400 d.c)

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