terça-feira, 8 de junho de 2010

Lya Luft fala sobre seu novo livro


Trecho da entrevista publicada na Livraria da Folha de Junho/2010

Múltipla Escolha – Lya Luft



Livraria: Você cita que algumas mulheres parecem sem idade e que todos estão imobilizados. Não reconhece mais o tempo em quê?
Luft: Em um tempo em que podemos viver com mais qualidade de vida, contraditórios como somos, vivemos a obsessão da eterna juventude. Encaramos a passagem do tempo como deterioração, não como crescimento e expansão, pois temos diante de nós o físico, não mental, emocional, espiritual e cultural. Nessa visão pobre, queremos estacionar no tempo, sem ver que isso é estagnar internamente. Preferimos a expansão à mutilação.


Livraria: A múltipla escolha não é mais utilizada no dia a dia por conforto ou por medo da realidade?
Luft: Preferimos não ter de escolher. Para escolher, teríamos de discernir. Para discernir, teríamos de pensar. Então seguimos a manada, infantilizados e superficiais. Talvez sem maiores angústias, mas certamente sem maiores prazeres, conquistas, êxtases e alegrias.



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