quinta-feira, 17 de junho de 2010

Times Old Roman

Quer que o diga, não digo,
O teu nome já não brilha
Não o digo, sob as cinzas
De janeiro muito antigos,
Mal respira, nos escombros
Desse breve apartamento,
O teu nome, quem diria,
Não é coisa que se diga,
Som de um som que
Se partira, não insista,
Já não tento, já não posso,
É simples o que te digo
E te digo sem remorso,
Calmamente, sim, repito,
Não o digo, não o digo,
Nenhuma pedra se move,
Rio seco,
Letra morta.

Poema de Eucanaã Ferraz, publicado no jornal "O Estado de S. Paulo", Ilustríssima, pág. 8 em 13/06/2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário